segunda-feira, 26 de abril de 2010

Silêncios...em ti.

Abriste a porta e entrei. Segui-te a passos curtos o odor que emanavas.
Senti-te perto e deste-me a provar-te. Tacteando com as mãos gestos vagarosos.
Desejos, palavras, emoções de primeira vez.
Tocámos, beijámos, sentimos, gostámos, descansámos
Nessa noite no caminho de volta memorizei cada pedaço teu.
Depois senti-te de novo por inteiro, entrando e aquecendo-me em ti.
Roubei-te o sussurro consentido. E o teu agarrares-me com medo que fugisse.
Tornei quadro preferido, atracar-me às tuas coxas e prender-me para sempre em ti.
Sentir-me de olhos fechados, contigo sentada sobre o meu rosto, numa humidade tropical, a descobrir uma cor de outra dimensão.
E não menos saboroso que tudo, o que afinal foi tão pouco, o aninhar-me em ti como duas peças perfeitas do puzzle em extase de reciprocidade .
Guardo os teus olhos, abertos, depois fechados confundindo-me a boca nos teus lábios.
E ficarmos nesse beijo...sempre.



                                                                                 (2007)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Desafiante

                                                                                       Foto: Mika
Vivido o estado de desejo, percorrido outro milímetro excitante do universo preliminar sublime, chegamos em fermata longa ao planalto eleito.
Envulvas-me de olhos fechados sabendo todos os caminhos de cor tornando o escuro vontade num apurar de sentidos. Agarramo-nos às mãos e as mãos à cama e deixas cair os cabelos no meu peito durante uma dança em ritmo lento de pressa do durar. E o tempo perde-se do tempo e nós dele..Inicias a subida tornando o Evereste um tímido monte de Vénus... Marte?Naquele durante ascendente em que fazes toda a escala de Rister parecer apenas um tremer tímido no meio d’O terramoto que pressentes  chegar quase a chegar ali tão perto de chegar ...e... que te abala que nos abala violentamente rindo de qualquer teoria céptica a propósito do Bigbang ... e continuas a subir desmitificando o sétimo céu numa ascensão que me ensurda com o teu grito de silêncio no olhar trocado... e o teu corpo replica vezes racionalmente incontáveis... e amazona invocas de braço no ar um maremoto de prata... que te inunda e afoga...Num abraço devolvemo-nos ao síncrono fechar de olhos até à bandeira branca que deixamos a quatro mãos no cimo tranquilo de outro cume a cada vez mais alto.. a cada vez mais perto de tornar-se longe...mais... desafiante.